Um mergulho na História Medieval
2002

É certo e sabido que durante a Idade Média, as feiras e os mercados eram importantes locais não só para a troca de mercadorias, assumindo um papel económico muito importante, como contribuíam para o desenvolvimento social das populações.
Óbidos recriou esse ambiente durante os primeiros dias do mês de Julho. Animação permanente, população vestida a rigor, muitas tasquinhas, boa gastronomia e artesanato. Tudo na Cerca do Castelo, respeitando o espaço e tempo religiosos, característicos deste tipo de mercados medievais.
Num ambiente de grande actividade, negociaram-se todo o tipo de alimentos. Fruta, pão, caça, peixe de rio, carnes cozidas, vinho, sal e muitas outras “iguarias” que passavam por locais como este. Telmo
Faria, presidente da Câmara Municipal de Óbidos, afirmou que esta iniciativa, recriou, durante cinco dias, “hábitos e costumes do tempo da fundação da nossa nacionalidade”. Cinco dias e cinco noites onde
se procurou “fugir à vida contemporânea e estabelecer fortes laços com profissionais de animação teatral, do artesanato e da cultura medieval”. Todos os dias houve arruada, animação da feira com saltimbancos, músicos, malabaristas, acrobatas, mendigos, bailarinas, episódios burlescos, entre muitas outras actividades.

Uma viagem no tempo para cerca de 30 mil pessoas
Um sucesso! A primeira edição do Mercado Medieval de Óbidos, que decorreu na Cerca do Castelo de 10 a 14 de Julho, recebeu cerca de 30 mil visitantes, mostrando ser uma aposta ganha da autarquia.
Durante as cinco noites houve muita animação, gastronomia e, acima de tudo, o sentimento que cada um dos visitantes teve de fazer uma verdadeira viagem ao passado.
Telmo Faria, presidente da Câmara Municipal de Óbidos, revelou que esta foi a demonstração de que Óbidos não tem sabido até aqui potencializar os seus recursos. “Foi uma velha ideia que trazia na cabeça e que, chegado à Câmara, pude pôr em prática”. “Tratava-se, para além de investir num tema da história numa vila turística como Óbidos, de poder trazer as pessoas das aldeias deste concelho e dar a oportunidade de realizarem receitas próprias para as suas actividades”, afirmou o autarca.
Francisco Salvador, adjunto do Presidente da Câmara e um dos organizadores desta iniciativa, afirmou que este foi um evento “de características muito próprias”, garantindo que todos os visitantes “saiam
bem dispostos do recinto do mercado”. A justificação para o sucesso é, segundo o responsável, simples: “o espaço onde o mercado se realizou, a Cerca do Castelo, é, por si só, muito bonito e adequado, tendo a
Companhia de Teatro Viv’Arte, os restantes elementos da animação, os artesãos, aos quais já não estávamos habituados, e as colectividades feito um trabalho notável”.
De acordo com Francisco Salvador, o sector da gastronomia desta feira medieval, “onde se concentrou muita gente”, foi dos mais difíceis de preparar. “As colectividades, face às dificuldades de recriarem uma
época diferente, saíram-se muito bem não só nos pratos que serviram, mas na forma de vestir e na decoração das suas bancas”, notou.
Para o futuro, esta “viagem no tempo” prometia continuar. O objectivo era tornar-se num dos eventos mais interessantes de toda a zona Oeste, até porque o Mercado Medieval foi a iniciativa que mais gente
juntou em Óbidos. As cerca de 30 mil pessoas que visitaram o mercado “puderam sentir-se bem e viram qualidade. Qualidade na animação e qualidade na gastronomia”, sublinhou o adjunto do Presidente.
Para a preparação da edição do ano que vem, a Câmara vai antes de mais juntar todos os que participaram na organização para uma reunião de avaliação, onde será mostrado um vídeo e os resultados do inquérito que foi feito junto de algumas centenas de pessoas que visitaram o mercado.
Segundo o presidente da Câmara, a imagem criada foi tão grande, que as expectativas subiram e o desejo de participar também, sobretudo de muitos que duvidaram do êxito deste projecto.

Fontes
RIO – Revista Informativa de Óbidos – Agosto 2002
RIO – Revista Informativa de Óbidos – Julho 2002

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