













PELO REI E PELA GREI! - CORTEJO NOTURNO
Os anos passam mas a ferida não cura: o coração de Pedro sangra
ininterruptamente pela perda da doce Inês.
O que resta após a morte? Que caminhos devemos percorrer quando tudo parece perdido? Que justiça podemos fazer, quando parte de nós desvanece após a perda eterna?
“Por ti, Inês, até ao fim do mundo”. Este é o grito de libertação de uma alma que
sofre.
Mas é também a promessa que el-rei cumprirá com desvelo. Este será o caminho final do féretro de Inês até à sepultura. Um último caminho, que antes havia sido feito com sorrisos, de mãos dadas e com sonhos para o futuro, agora não passa de um lúgubre percurso sombrio e sinistro até ao fim de todas as coisas.


A FERRO E FOGO - TORNEIO
D. Teresa, dama da corte, foi acusada de ser amante de D. Pedro e esta, para defender a sua inocência, convoca a ajuda de fiéis cavaleiros e homens de armas. O acusador, um frade, afirma a verdade da acusação e consegue o apoio de outros tantos cavaleiros e homens de armas. O torneio decorre sempre com o objectivo de evidenciar a verdade deste conflito, sendo o Mestre de Liça o garante do cumprimento de regras e do ajuizamento das provas e combates.
No final, apurada a verdade, a personagem derrotada é castigada com uma humilhação pública e os cavaleiros e homens de armas vencedores aclamados como paladinos da justiça.




PRAÇA DOS DESEJOS
Na praça onde os desejos se matam, ergue-se a festa em júbilo e clamor. Os convivas entoam arras à nova Rainha, rogando que seu clamor alcance o ouvido do senhor Rei, para que dele venha a clemência que anuncie novos tempos. É tempo de saciar apetites, de celebrar em folguedos, risos e danças, onde a alma se liberta e a esperança renasce.
A água corre na Fonte dos Amores onde os enamorados trocam promessas eternas, sussurros de amor ardente e votos selados pelo murmúrio das águas, que guardam segredos e bênçãos para os corações ardentes.
Por estes caminhos, os amantes selaram as suas intenções e entrelaçaram os fios da paixão, prometendo permanecer unidos pela eternidade.


ALQUIMIAS
No âmago do burgo de Óbidos, onde o tempo se curva às artes antigas, erguem-se as Alquimias — oficina velada onde mestres do oculto manipulam essências, vapores e elixires. Aqui, o vulgo é chamado a provar estranhas poções, infusões fumegantes e líquidos de cor encantada, nascidos do saber hermético.
Não é só ouro que se busca, mas a transmutação do espírito por via do sabor e do mistério. Cada gole é feitiço, cada aroma um enigma. Entre frascos e caldeirões, ciência e magia entrelaçam-se em arte viva.
Aproximai-vos, se tendes ousadia na alma e sede de maravilhas.




Mercado
ESCRIBA D'EL REY
O domínio da escrita foi o garante da satisfação da ambição de preservar a memória deixando para os vindouros o relato dos acontecimentos e para passar a letra leis e normas a mando do rei, dos grandes ou dos homens de Deus.
Não era tarefa para qualquer. Exigia conhecimento da escrita, habilidade de mãos e cousas próprias da arte da escrita. Treinado muitas vezes em conventos e mosteiros ou aprendendo de sábios mestres, o escrivão era quem se dedicava ao registo de textos, dados numéricos e à redação de leis e escrituras, e não se afigurava tarefa fácil. Tantas vezes tinha de assumir as funções de secretário, contador ou copista e sempre com a preocupação de manter os documentos bem guardados e o sigilo sobre tantas cousas.


Mercado
MERCADORES, ARTESÃOS E REGATÕES
Em dias de festa, Óbidos é o lugar eminente para se fazerem as transações de mercadorias e serviços. É o sítio onde os dias e as noites não têm fim. Logo que o sol desponta, começa um alvoroço de pregões que reverberam pelas muralhas da Vila, acordando o povo. Os mercadores que ali pernoitaram para assegurar o melhor lugar de venda disputam espaços para a venda para que as vendas no mercado d’El-Rei sejam abastadas.

