No ano em que se comemorava o 10.º aniversário do Mercado Medieval de Óbidos, reviver o passado, intensamente e de forma divertida, era participar nas Ceias Medievais, que foram, nesse ano uma das grandes apostas. Assim, no dia da inauguração do Mercado, depois do grande cortejo de abertura, realizou-se um majestoso banquete medieval, na Praça de Santa Maria.
O Banquete Medieval com capacidade para 200 pessoas, tinha como objetivo estabelecer uma maior ligação aos habitantes do concelho de Óbidos, promovendo uma maior participação nas comemorações desse aniversário.
Este banquete inaugural, de homenagem à Rainha Santa Isabel, contou com presença da monarca (representada por um elemento do Teatro de Óbidos), tendo sido a figura central deste mercado medieval. O festim contou ainda com a presença da Guarda do Alcaide, apontamentos de falcoaria, atuação de grupos de música medieval, jograis especialistas nas artes de divertir as gentes, bobos, cuspidores de fogo e dançarinos que garantiram a animação.
Medieval Camp
No entanto, neste 10.º aniversário do Mercado Medieval de Óbidos, o destaque foi para o Medieval Camp, espaço que permitia sentir todo o ambiente de um acampamento medieval. O conceito passava pelo living history, que proporcionava uma vivência ativa num acampamento medieval. Tendo como pano de fundo o Castelo de Óbidos, o acampamento, situado no Terreiro da Pousada, foi uma experiência ousada e inesquecível para todos apaixonados pela História. Aos interessados que participaram no acampamento, foram disponibilizadas tendas com duas tipologias: “Familiares” com capacidade máxima para 2 adultos e 2 crianças, e para “Grupos” até 8 adultos.
Infelizmente, o Medieval Camp, foi encerrado durante a última semana, devido às fortes rajadas de vento que se fizeram sentir, que punham em causa a segurança dos seus participantes. No entanto, José Parreira, da organização, disse que esta oferta seria uma aposta para o ano seguinte, até porque “havia muita gente interessada em passar por uma experiência diferente, mais radical“.
Aumento de trajados no evento
Durante 12 dias, a vila regressou ao passado e foi visitada por cerca de 120 mil pessoas, um número que agradou bastante à organização, a Óbidos Patrimonium, tendo em conta a “crise que se atravessa”, disse o seu administrador, José Parreira.
O último sábado foi o dia de maior afluência do evento, com mais de 15 mil visitantes, que não se deixaram intimidar pelo vento e frio, e quiseram aproveitar a animação, artesanato e gastronomia variada que ali foi possível encontrar. Esta edição foi também aquela em que se registou um maior número de trajados, cuja média atinge já os 10% dos visitantes. A organização tinha para aluguer cerca de 600 trajes, que esgotaram em vários dias, sendo agora objectivo aumentar esse número no próximo ano. José Parreira referiu ainda que as pessoas que vinham trajadas de casa aceitaram bem o facto de pagar três euros à entrada, justificando essa medida com a crise e a necessidade de receitas para o evento. A organização desenvolveu ainda uma ação de sensibilização junto dos comerciantes e unidades hoteleiras da vila para que todos estivessem trajados durante o decorrer do evento, o que os leva a ponderar continuar com este modelo.
A organização destacou ainda como aspetos positivos na edição desse ano a existência de maior segurança no evento, assim como uma maior concentração da animação noturna na zona do palco. Também as ceias se revelaram um sucesso, com uma adesão “próxima dos 100%”. Para isso também contribuiu a parceria feita com a hotelaria da região, que vendeu pacotes do evento, que incluíam a entrada como trajado e a ceia medieval.
De acordo com as declarações do administrador da Óbidos Patrimonium na altura, este é um evento “completamente consolidado”, que, na altura, começava a conquistar o público internacional.
Ficou ainda estabelecido que a edição seguinte seria dedicada aos grupos nacionais, com o objectivo de “puxar mais pela prata da casa e dar uma oportunidade aos melhores grupos nacionais, ajudando-os assim a fazer face à crise”, que então se fazia sentir.
O certame contou com a presença de 18 coletividades, que asseguraram a variada gastronomia, mas houve menos mercadores. Na área do terreiro de S. Tiago ficou concentrada a zona mais virada para a noite, com os bares, deixando assim livres as outras áreas para a restauração.
Para os mais novos houve ateliers, onde estes podiam ser ordenados cavaleiros e aprender, com algum rigor histórico, todas as técnicas relacionadas com as armas e trajes.
2011 considerada a “melhor edição de sempre”
“Na nossa opinião foi o melhor Mercado Medieval de sempre. Foi o 10.º aniversário e esforçámo-nos muito para pôr de pé o projeto, num ano que é muito difícil.” Foi desta forma que José Parreira, administrador da Óbidos Patrimonium, empresa organizadora, falou do evento desse ano. Segundo o responsável, “o Mercado Medieval teve uma das maiores afluências, com 120 mil pessoas a passarem por Óbidos”, nos 12 dias em que o evento decorreu.
José Parreira afirmou que “a reação que tivemos, quer por parte do público, quer das associações, foi muito positiva”. “É para isso que vamos trabalhar todos os anos para que consigamos ter uma reação mais positiva e que as associações consigam recolher verbas para que, ao longo do ano, possam desenvolver atividades na área da cultura, desporto e recreio, nas diversas aldeias e vilas do concelho”, sublinha.
No que diz respeito ao público, o responsável garantiu que se nota, cada vez mais, “que há mais gente que vem de propósito ao Mercado Medieval quando está de férias”, sendo este evento “um óptimo contributo não só para o turismo de Óbidos, e para a economia local, mas também para toda a região Oeste.”
Fontes
Gazeta das Caldas, jornal regional – 1 Julho 2011
Gazeta das Caldas, jornal regional – 29 Julho 2011