Esponsais de D. Afonso V e D. Isabel de Coimbra
2012

Na 11ª edição a organização quis dar destaque à recriação das cerimónias esponsais de D. Afonso V e D. Isabel de Coimbra, um facto que aconteceu em 1441, na Igreja de Santa Maria, em Óbidos, quando ambos tinham apenas nove anos (os monarcas casariam seis anos depois, em Santarém). Após os esponsais, nobres e fidalgos, fiéis ao regente D. Pedro, partiram em direção a Óbidos e montaram o seu acampamento junto ao castelo, exibindo o estandarte identificado à regência de D. Pedro. Este simbólico gesto lançou o confronto entre as duas casas senhoriais pretendentes ao trono português: a Casa de Coimbra, leal ao regente D. Pedro; e a Casa de Bragança, leal a D. Afonso V. Tal culminou com a Batalha de Alfarrobeira.
D. Afonso V, após a morte do alcaide de Óbidos, Lopo Vasques de Valbom, fidalgo da família dos Aboins, fez mercê de alcaide de Óbidos a um fidalgo espanhol, por nome D. João de Noronha, conde de Gijón, neto de D. Henrique II, de Castela e Leão, para a defesa da mui e leal Vila de Óbidos.
Todos aqueles que se exibiram reluzentes nos torneios – gente que pensava que a glória militar é era luzir um atrativo uniforme, vestir e moldar a sua figura com trajes e sedas, de maneira que pareça uma segunda pele brilhante e colorida, e montar cómodas cavalgaduras – tinham que sair em peleja e assaltar o castelo ocupado pelos fiéis à regência de D. Pedro e defender a honra de el-rey D. Afonso V.

Têm sido apostas ganhas
O Mercado Medieval de Óbidos recebeu, nos primeiros quatro dias, mais de 35 mil visitantes. Um número que foi ao encontro das expetativas da organização para esse ano.
Até ao dia 12 de agosto de 2012, o Mercado Medieval de Óbidos, teve para oferecer a melhor gastronomia e, acima de tudo, a melhor animação, nomeadamente, os Cortejos e os Torneios em honra de D. Afonso V, os espetáculos de falcoaria, danças e músicas medievais.
O Assalto ao Castelo, que ocorria às sextas-feiras, foi um dos eventos de recriação histórica que representou a arte de guerrear e as diferentes estratégias militares desenvolvidas na época medieval.
Também as Ceias Medievais, que aconteceram todos os dias do evento, foram apostas ganhas, num dos eventos mais emblemáticos de Óbidos. As ceias recriavam o ambiente de um repasto medieval, rico em iguarias num ambiente único, onde a música e a dança eram uma constante, não esquecendo as pitorescas encenações recriadas por bobos e as místicas criaturas que cospiam fogo. Refeições onde se provaram iguarias de outros tempos, regadas com aromáticos vinhos. Uma experiência única, num ambiente selecionado, mesmo no coração do mercado.

“O Mercado Medieval é um ícone desta comunidade”
Em entrevista a Tânia Ribas de Oliveira e Francisco Mendes, do Programa «Verão Total», da RTP, Telmo Faria, Presidente da Câmara Municipal de Óbidos em 2012, afirmou que o Mercado Medieval de Óbidos “é um ícone desta comunidade“. Garantiu que este evento “atrai muitos turistas da região e do resto do País”, sendo “um dos eventos onde a comunidade de Óbidos mais participa”. Segundo o autarca, os eventos que Óbidos organiza ao longo do ano “fazem parte de uma estratégia de animar a economia do Turismo”, que “tem subido a oferta de ano para ano”. “Óbidos lança todos estes projetos, não só porque nos dão notoriedade, mas, fundamentalmente, porque atraem mais pessoas a Óbidos” e, desta forma, “a crise não se sente com tanta força”. Telmo Faria frisou ainda que “a vila e a Lagoa de Óbidos são os dois elementos simbólicos mais importantes do concelho”, uma vez que são o espelho do que melhor há ao “nível do património construído e património natural”.

Fontes
Silva, Manuela Santos, Os primórdios da casa das rainhas de Portugal in Raízes Medievais do Brasil Moderno, Lisboa, Academia Portuguesa de História, 2008, pp.27-41.
Óbidos Diário, Meio de Comunicação Institucional do Municipio de Óbidos – 20 Julho 2012
Óbidos Diário, Meio de Comunicação Institucional do Municipio de Óbidos – 17 Julho 2012

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