Praça Real
Os ofícios nobres são de grande relevo no dia-a-dia do reino, são eles que gerem as leis e a justiça régia.
No Mercado Medieval de Óbidos, o Ouvidor do Crime, o magistrado mais elevado da hierarquia portuguesa estará a representar a justiça régia. Cabe-lhe a ele manter a ordem no reino. A sua autoridade é a voz do Rei, exemplar, justo e digno. A acompanhá-lo estará o Meirinho, o magistrado encarregado de aplicar a Justiça e fiscalizar a aplicação da mesma nas terras senhoriais. Ambos serão os mais altos responsáveis pelos Julgamentos e pela leitura das Cartas de Perdão às Rameiras. A Praça é também palanque de festa à abundância dos jograis e dos bobos que apresentam as suas façanhas e o levam do espanto aos passos de danças e às gargalhadas, com o povo em euforia.
Acampamento Militar e Civil
As tropas de D. Afonso III encontram-se junto à Liça. Armaram-se as tendas, afiaram-se as armas, preparam-se os homens: o acampamento das hostes militares do senhor está a postos para defender a Vila. A vida decorre sempre em sobressalto, pois o inimigo espreita a qualquer momento. Também no acampamento se aprestam os artificies e outros que servem às necessidades das artes da guerra, preparando e mantendo os apetrechos para os homens de armas.
Mancebia
Aqui se saciavam os passantes da fome de pão, vinho e demais necessidades do corpo. As estalagens eram o local de encontro para viajantes e caminhantes, onde se dava largas aos prazeres carnais. Quisera o cavaleiro ou homem honrado uma mulher e logo as mancebas se apresentavam para as pernoitas. Mais comuns nas cidades medievais, estes espaços de descanso ganhavam outras vidas e eram amplamente aceites na sociedade como necessárias às carências.
Ofícios Civis
A luta pela sobrevivência levava o povo a laborar de sol-a-sol, a fome e a escassez de víveres empurrava-os para uma condição de vida miserável. Fazia-se de tudo para viver mais um dia. A servidão era perpétua entre os descendentes do povo. Restava apenas uma minoria de ofícios que tinham privilégios diferentes do restante povo.
Jerumelo, ferreiro de mãos hábeis, forja o ferro desde o irromper dos primeiros raios de sol na sua oficina que estará aberta aos visitantes. A sua arte é fundamental para a continuidade dos trabalhos dos restantes ofícios, é ele que faz muitas das ferramentas e ferragens para outros mestres.
O Mestre Gilde desde muito cedo foi manifestando talento e engenho tanto na carpintaria e marcenaria, onde até trabalha como santeiro, até à Olaria, Cantaria, Cestaria, ferrarias, entre outras. A excelência nestes mesteirais em Portugal tem um nome, e é Manuel Gilde.
Inferno de Dante
Um espetáculo inspirado no Inferno de Dante, com momentos de fogo e uma mística negra e macabra tão intrinsecamente ligada ao inconsciente coletivo em relação à Idade Média. Todos os dias, ao cerrar da noite o Mercado Medieval de Óbidos trará um espetáculo destinado apenas aos mais corajosos.
O inferno é formado por Nove Círculos, Três Vales, Dez Fossos e Quatro Esferas. Esta organização foi baseada na teoria medieval de que o universo era formado por círculos concêntricos. O inferno foi criado pela queda de Lúcifer do Céu. Lúcifer teria caído em Jerusalém, a Terra Santa, portanto, ali está o Portal do Inferno. O inferno torna-se mais profundo a cada círculo, pois os pecados são mais graves.
Falcoaria
Abrem-se as asas do predador. A presa já está na sua mira. No silêncio que se faz subitamente, o pequeno animal nem repara que passou a ser divertimento para o Senhor a que serve o falcão. Ei-lo, pois, a depositar a prenda junto aos pés de El Rey. Como não pudera faltar nos rituais de festa pelo Casamento de Suas Majestades, a arte da Falcoaria ou Cetraria está presente no Mercado Medieval de Óbidos.
A caça é o mais adorado jogo de Reis e Senhores e é entretenimento que não pode faltar na Idade Média, sendo a distração predileta da nobreza e do próprio Rei. Os nobres tinham os seus falcões treinados pelos falcoeiros para caçar aves e pequenos animais. Os homens caçavam no campo em torno dos castelos, nas florestas e nos matagais.
Regatões
Óbidos foi, desde sempre, o local privilegiado para se fazerem as transações de bens e serviços. É o lugar onde os dias e noites não têm fim. Assim que o sol nasce começa um frenesim de pregões que ecoam por entre as muralhas da Vila, acabando por acordar o povo. Os mercadores que ali pernoitaram para arrebanhar o melhor local de venda veem-se agora obrigados a lutar com aqueles que acabam de chegar. No ar sente-se os cheiros e aromas frescos. É altura de começar a mercar em mais um mercado do Reino de Portugal!