Chegada

Tinha sido uma viagem difícil e longa, mas como os populares aqui dizem: “para a frente é que é caminho”. Só Deus sabe o alívio e felicidade que senti por saber que estava prestes a chegar. Já via sinalização a indicar Óbidos com mais frequência, continuei sempre a caminhar na direção indicada e, ao fundo, avistei as ameias de um castelo…

Eu já sabia e o meu corpo já sentia que estávamos mesmo quase. O meu passo tinha mudado. Comecei a caminhar em passos mais largos e confiantes, acelerando o ritmo.

Estava tão desejoso de chegar. Encontrava-me perto o suficiente para ver todo o esplendor da fortificação do Castelo de Óbidos, elevado numa colina.

Comecei a ouvir os sinos da igreja tocarem, foram doze badaladas. Era meio-dia quando comecei a andar pela calçada – tinha acabado de chegar. Caminhei até chegar ao que penso ser a porta principal da Vila e, assim que passo o arco, fico completamente estonteado com tanta beleza… Encontro uma pequena capela com varandim barroco e azulejos azuis e brancos. Passo o arco seguinte e encontro a pitoresca Vila de Óbidos.

Demoro uns segundos a absorver toda a beleza e a observar tudo ao meu redor. Olho para a minha esquerda e na escada que dá acesso às muralhas encontro três senhores de idade a falarem entre si. Aposto que já era hábito encontrarem-se neste lugar, para conversarem e fazerem companhia uns aos outros. Pergunto-lhes onde é o Mercado Medieval e eles dizem para seguir sempre em frente, até encontrar a Igreja de São Tiago, no cimo da vila e é exatamente o que faço. Não aguento a ansiedade de saber-me prestes a viver esta experiência.

21 de julho de 2022
Jeromelo

Translate »